Vacinas contra câncer: o que esperar dos imunizantes em desenvolvimento e quais estão sendo testados
- Redação
- há 6 horas
- 2 min de leitura

O desenvolvimento de vacinas contra o câncer avança rapidamente, com pesquisas que utilizam tecnologias inovadoras para "ensinar" o sistema imunológico a combater as células tumorais. O objetivo é que esses imunizantes atuem tanto na prevenção quanto no tratamento de tumores já existentes. Diversos ensaios clínicos e estudos experimentais têm trazido resultados promissores, gerando grande expectativa na comunidade científica e médica.
Como funcionam as vacinas contra o câncer?
Diferentemente das vacinas convencionais, que previnem doenças infecciosas, as vacinas contra o câncer são projetadas para tratar tumores já formados. Elas trabalham fornecendo ao sistema imunológico informações sobre neoantígenos — moléculas específicas do tumor. Isso faz com que as células de defesa, em especial os linfócitos-T, identifiquem e destruam as células cancerígenas, criando uma memória imunológica duradoura para evitar futuras recorrências.
Segundo o oncologista Breno Jeha Araújo, essas vacinas podem ser usadas sozinhas ou combinadas com imunoterapia para potencializar o tratamento. Além das vacinas terapêuticas, já existem imunizantes preventivos, como a vacina contra o HPV (que previne o câncer de colo de útero) e a vacina contra hepatite B (que previne o câncer de fígado).
Principais vacinas em pesquisa ao redor do mundo
As pesquisas se concentram em diferentes frentes, buscando soluções personalizadas e universais. Algumas das mais promissoras incluem:
Vacinas de RNA mensageiro e personalizadas
A tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), popularizada pelas vacinas de Covid-19, está no centro das inovações.
Vacina contra o câncer de pele (melanoma): Desenvolvida pela Moderna e MSD, a vacina mRNA-4157 (V940) está em fase 3 de testes. Em estudos anteriores, a combinação com imunoterapia reduziu em 44% o risco de retorno da doença em pacientes com melanoma avançado.
Vacina contra o câncer de intestino: O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) já iniciou testes de vacinas personalizadas de mRNA, criadas a partir de mutações específicas do tumor de cada paciente.
Vacina contra o câncer de fígado: Um estudo preliminar mostrou que uma vacina personalizada de mRNA, combinada com imunoterapia, duplicou a resposta do sistema imunológico em relação ao tratamento convencional.
Outros tipos de imunizantes
Vacina universal: Pesquisadores divulgaram resultados de uma vacina experimental universal que, em testes com camundongos, mostrou forte resposta antitumoral.
Vacina contra o câncer renal: Uma vacina apresentou resultados promissores em pacientes com câncer renal avançado, gerando uma resposta imune bem-sucedida e reduzindo o risco de retorno do tumor.
Vacina bacteriana: Pesquisadores da Universidade de Columbia desenvolveram bactérias probióticas capazes de "educar" o sistema imunológico a destruir células cancerígenas, podendo prevenir recorrências.
Vacinas russas: O governo russo anunciou o desenvolvimento de duas vacinas, uma de mRNA personalizada e outra à base de vírus não patogênicos, que têm a capacidade de destruir células malignas e ativar a imunidade do paciente.
O futuro das vacinas contra o câncer
O próximo passo, segundo o oncologista Breno Jeha Araújo, é comprovar a eficácia e segurança dos tratamentos em mais estudos clínicos com humanos. A expectativa é que, com a comprovação, a luta se volte para garantir o acesso da população a essas novas tecnologias. "Com os avanços atuais, estamos cada vez mais perto de transformar essas vacinas em uma realidade para os pacientes", conclui o especialista.
Com informações de: CNN Brasil
Comentários